Foto: Marcelo Camargo / Agência
Brasil
O ministro das Relações
Exteriores, Mauro Vieira, classificou de “imoral” e “ilegal” a ação de Israel
na Faixa de Gaza. Em discurso na Cisjordânia, o chanceler brasileiro informou
que o Brasil manterá a contribuição para a Agência das Nações Unidas de Assistência
aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA).
As declarações foram feitas em visita à Cisjordânia, na
primeira etapa da visita ao Oriente Médio. Neste domingo (17),
Vieira reuniu-se em Ramallah com o chanceler palestino, Riyad al-Maliki, e com
o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, para discutir a guerra na
Faixa de Gaza.
“Vou dizer de forma alta e
clara: é ilegal e imoral retirar o acesso das pessoas à comida e à água. É
ilegal e imoral atacar operações humanitárias e quem está buscando ajuda. É
ilegal e imoral impedir os doentes e feridos de assistência de saúde. É ilegal
e imoral destruir hospitais, locais sagrados, cemitérios e abrigos”, disse
Vieira em discurso na capital da Autoridade Palestina. As informações são da
Agência Brasil.
Segundo o ministro das Relações
Exteriores, a utilização da fome e da sede como armas de guerra representa
“punição coletiva” e o rastro de destruição e de morte na população inocente
não será esquecido. Durante o discurso, Vieira foi aplaudido de pé. Na
cerimônia, o chanceler recebeu, em nome do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, o título de membro honorário do Conselho dos Curadores da Fundação
Yasser Arafat.
Para Vieira, a manutenção das
contribuições à UNRWA é essencial para manter a ajuda a mais de 5 milhões de
refugiados palestinos. O chanceler agradeceu às Nações Unidas pela rapidez na
investigação das acusações de que 12 integrantes da agência teriam participado
dos ataques terroristas de 7 de outubro, em Israel.
Segundo o Itamaraty, Abbas
agradeceu o empenho e a amizade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a
Palestina. O presidente da Autoridade Palestina também agradeceu a coragem de
Lula em assumir papel de referência global em defesa dos palestinos na atual
crise e o apoio do governo brasileiro à admissão da Palestina como membro pleno
da Organização das Nações Unidas (ONU).
Durante o encontro com Maliki,
informou o Itamaraty, o chanceler palestino elogiou a atuação de Lula, ao
descrever “a situação como ela é” e destacou que o presidente brasileiro foi um
dos primeiros líderes “a agir em defesa dos civis desde a primeira hora”.
Maliki manifestou preocupação com os riscos de uma ação militar em Rafah e
relatou o aumento da violência de colonos israelenses contra palestinos na
Cisjordânia.
Em seguida, participou da
cerimônia na Fundação Yasser Arafat. Coube ao primeiro-ministro da Autoridade
Palestina, Mohammed Shtayyeh entregar o título em homenagem ao presidente Lula.
No último compromisso do dia,
Vieira e Shtayyeh se reuniram para tratar da crise em Gaza e em outros países
do Oriente Médio. Os dois discutiram estratégias conjuntas para tornar a
Palestina membro pleno das Nações Unidas.
Por Bahia
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