Foto: Wenderson Araújo / Confederação Nacional da Agricultura
A safra de grãos no Brasil
bateu recorde no ano de 2023, com uma nova expansão da área plantada do país,
mas o valor de produção das principais culturas agrícolas caiu no ano passado
em relação a 2022. Esses são alguns dos resultados do agro brasileiro apresentados
nesta quinta-feira (12) pelo IBGE, por meio da Pesquisa Agrícola Municipal
2023.
De acordo com a pesquisa, a
safra de grãos no ano de 2023 alcançou 316,4 milhões de toneladas, um recorde
histórico, apresentando um volume 19,6% maior do que a produção do ano
anterior. Segundo avaliação do IBGE, esse resultado foi possibilitado por um bom
ciclo de chuvas no ano passado, que levou à recuperação da produtividade das
lavouras e impactou diretamente no aumento da produção.
“A safra recorde de grãos pode
ser justificada, além da recuperação na produtividade, pela manutenção do ritmo
de ampliação das áreas de cultivo, visto que ao longo dos anos as áreas vêm se
ampliando em uma média de aproximadamente 4% a 5% ao ano, o que em 2023 não foi
diferente”, afirmou o coordenador da pesquisa do IBGE, Winicius Wagner.
Como explicou o coordenador, a
área plantada do país, considerando todas as culturas, totalizou 96,3 milhões
de hectares, uma ampliação de quase cinco milhões de hectares. Essa expansão
atingiu um total de 5,5% em relação a 2022, com a manutenção do ritmo de
crescimento observado ao longo dos últimos anos.
A maior produtividade no ano,
entretanto, não foi capaz de elevar o valor de produção das principais culturas
agrícolas brasileiras. A pesquisa mostrou que o valor de produção caiu 2,3% em
2023 frente a 2022 e alcançou R$ 814,5 bilhões.
Essa queda se explicaria,
segundo o IBGE, pela autorregulação do mercado que se seguiu ao aumento na
produção de grãos. Essa autorregulação teria levado a uma queda nos preços dos
produtos.
A pesquisa mostrou que os os
cinco primeiros produtos no ranking de valor de produção foram a soja, a
cana-de-açúcar, o milho, o algodão e o café. Esses itens da pauta agrícola
registraram recordes de produção na série histórica, com resultados variados na
comparação entre 2022 e 2023.
A unidade da federação com
maior valor de produção no país segue sendo Mato Grosso, com R$ 153,5 bilhões.
O estado é o maior produtor nacional de soja e milho. Em seguida, aparece São
Paulo, com 13,8% do valor de produção nacional (R$112,5 bilhões) e 9,0%% de
crescimento em relação a 2022.
A Bahia é o 8º estado com
maior participação no valor de produção agrícola nacional (essa participação
caiu de 5,5% em 2022 para 5,3% no ano passado). Esse valor de produção na Bahia
atingiu R$ 43,3 bilhões em 2023, a maior da região Nordeste e que chega a quase
50% do total de R$ 94,2 bilhões atingidos pela soma de todos os nove estados
nordestinos.
Entre os municípios, o
destaque na produção agrícola brasileira, pelo quinto ano consecutivo, foi a
cidade de Sorriso (MT), que, sozinha, respondeu por 1% do total nacional, e
atingiu um total de R$ 8,34 bilhões em valor de produção. A segunda posição no
ranking de valor da produção agrícola foi ocupada por São Desidério, na Bahia,
que totalizou R$ 7,8 bilhões, retração de 12,4% em relação a 2022.
A produção de soja, algodão e
milho foram destaques no município baiano de São Desidério. Somente a produção
de soja representou um total de R$ 4,2 bihões no total alcançado pelo
município.
A Bahia conta ainda com a
cidade de Formosa do Rio Preto entre os dez municípios brasileiros com os
maiores valores de produção agrícola. A cidade teve valor de produção total de
R$ 5,7 bilhões, cm R$ 4,2 bi vindos somente da produção de soja.
A pesquisa do IBGE mostra
ainda que a cultura do algodão voltou a apresentar bom desempenho no ano de
2023, com aumento de 18,3% no volume produzido, totalizando 7,5 milhões de
toneladas de algodão (em caroço). Esse resultado representou um recorde na série
histórica da pesquisa, com rendimento médio da cultura superior a 14,2% na
comparação com o ciclo anterior.
Os estados do Mato Grosso e
Bahia seguiram preponderantes na produção de algodão no Brasil. Cerca de 90,2%
da área plantada no país concentraram-se nessas duas unidades da federação.
Enquanto Mato Grosso gerou R$ 20,3 bilhões em valor com a cultura do algodão, a
Bahia totalizou R$ 7,3 bilhões, resultado que veio após um aumento de 7% no
valor de produção em comparação com o ano de 2022.
Por Bahia Notícias