Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
O senador Marcelo Castro
(MDB-PI), relator do novo Código Eleitoral, apresentou aos líderes da Casa
nesta quinta-feira (29) três propostas para acabar com a reeleição para
presidente, prefeito e governador e estabelecer mandato de cinco anos.
O Senado Federal pretende votar
uma das PEC s (propostas de emenda à Constituição) neste ano, assim como um
código para consolidar a legislação eleitoral. O Código foi aprovado pela
Câmara dos Deputados em 2021.
"O que eu já percebi até
agora: que há o sentimento majoritário de que o instituto da reeleição é uma
coisa que a maioria dos senadores entende que não é benéfica ao país, ao regime
democrático. Que não está funcionando", disse o senador à imprensa após a
reunião.
As três sugestões apresentadas
por Castro aos líderes acabam com a reeleição para os cargos do Poder
Executivo, mas propõem diferentes soluções para a transição.
Uma delas mantém a não
coincidência das eleições municipais e presidenciais, enquanto as outras duas
unificam as eleições (não do Executivo, mas também do Legislativo). Para isso,
Castro sugeriu um mandato tampão de dois anos ou um mandato inicial estendido.
O mandato de cinco anos valeria
também para vereadores, deputados estaduais e federais, mantendo a exceção para
senadores. No caso do Legislativo, no entanto, a ideia é manter a possibilidade
de reeleição.
"Vamos respeitar a
expectativa de direito para os atuais prefeitos que vão disputar a reeleição e
também para os governadores e presidente da República que se reelegerem em
2026. Portanto, nós não estamos tratando nem dos atuais nem dos que serão eleitos
nas próximas eleições gerais e municipais", disse.
Castro pretende protocolar o
relatório do Código Eleitoral --que tem 898 artigos-- na semana que vem. O
senador apresentou aos colegas os principais pontos do parecer, sem detalhar
todas as mudanças feitas no texto que saiu da Câmara dos Deputados.
O líder do governo no Senado,
Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que, na opinião dele, a discussão sobre o fim da
reeleição é "para ontem": "A gente está falando do quê, agora?
De eleição municipal. Acabou a eleição presidencial quando?".