A presidente da Hungria, Katalin Novak, renunciou ao cargo neste sábado (10) em meio a protestos públicos após conceder perdão presidencial a um homem condenado como cúmplice por encobrir um caso de abuso sexual em um abrigo infantil estatal.
Katalin ocupava o cargo desde 2022, quando se tornou a primeira mulher presidente do país. Apesar de os protestos ocorrerem neste momento, o perdão foi concedido em abril de 2023.
“Cometi um erro. Emiti um perdão que causou perplexidade e inquietação em muitas pessoas. Peço desculpa a quem magoei e a todas as vítimas que possam ter tido a impressão de que não as apoiei. Sou, fui e continuarei a ser a favor da proteção das crianças e das famílias. Hoje é o último dia em que me dirijo a vocês como presidente”, disse Novak em pronunciamento.
O homem que Novak perdoou foi condenado a mais de três anos de prisão em 2018 por pressionar as vítimas a retirarem as suas alegações de abuso sexual contra o diretor do lar infantil estatal, que foi condenado a oito anos por abusar de pelo menos dez crianças entre 2004 e 2016. Na sexta-feira (9) cerca de mil manifestantes reuniram-se no gabinete de Novak pedindo que ela deixasse o cargo.
Na Hungria, o sistema político funciona como uma democracia parlamentar. O primeiro-ministro é o chefe de governo do país e precisa de uma maioria para governar e passar a sua agenda política. Já o presidente funciona como chefe de Estado, um cargo mais cerimonial, e é eleito pelo Parlamento para um mandato de cinco anos.