O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) marcou para 8 de
fevereiro o julgamento do processo que pode levar à cassação do mandato do
senador Sergio Moro (União-PR). A data foi escolhida um dia após o
desembargador Luciano Falavinha, relator do caso, liberar o processo para
julgamento.
O senador é alvo de ações protocoladas pelo PT e pelo PL na Justiça
Eleitoral. Os partidos acusam Moro de abuso de poder econômico pela suposta
realização de gastos irregulares no período de pré-campanha em 2022.
Em dezembro ao ano passado, o Ministério Público Eleitoral (MPE) do
Paraná defendeu a cassação do mandato do senador. No entendimento dos
procuradores, houve uso "excessivo de recursos financeiros" no
período que antecedeu a campanha eleitoral oficial, em 2022.
Em 2021, Moro estava no Podemos e realizou atos de pré-candidatura à
Presidência da República. Em seguida, ele deixou o partido e passou a fazer
campanha o Senado. De acordo com a acusação, houve "desvantagem
ilícita" em favor dos demais concorrentes ao cargo de senador diante dos
"altos investimentos financeiros" realizados antes de Moro se
candidatar ao Senado.
Foram citados gastos de aproximadamente R$ 2 milhões com o evento de
filiação de Moro ao Podemos e com a contratação de produção de vídeos e
consultorias.
No caso de eventual cassação de Sergio Moro, caberá recurso ao Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. No entanto, se a possível condenação for
mantida, novas eleições para o Senado deverão ser convocadas no Paraná.
Durante a tramitação do processo, a defesa do senador negou as
irregularidades e disse que as acusações têm “conotação política”. Para a
defesa, gastos de pré-campanha à Presidência não podem ser contabilizados na
campanha para o Senado, uma vez que um cargo é de votação nacional e o outro
somente no Paraná.