Foto: Rogério Vidmantas/ Prefeitura de Dourados
O Ministério da Saúde informou
que chegaram ao Brasil neste sábado (20) as primeiras 750 mil doses da vacina
contra a dengue, que serão oferecidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
A pasta lembra que, por causa do
número limitado de unidades recebidas, foram estabelecidos critérios para a
vacinação, levando em conta regiões com alta transmissão e a faixa etária com
maior número de hospitalizações, entre 10 e 14 anos.
A chegada do primeiro lote
acontece em meio a uma escalada no número de casos da doença no início deste
ano.
O primeiro lote faz parte de um
total de 1,32 milhão de doses da vacina que foram fornecidas, sem custos ao
governo brasileiro, pela farmacêutica Takeda. O Ministério da Saúde acrescenta
que adquiriu todas as 5,2 milhões de doses do imunizante, chamado Qdenga,
disponíveis pelo fabricante para este ano, que serão entregues por etapas até o
mês de novembro.
De acordo com os critérios de
vacinação estabelecidos pela pasta em conjunto com estados e municípios, as
vacinas serão destinadas a regiões de saúde com municípios de grande porte
--população igual ou superior a 100 mil habitantes-- e com alta transmissão da
doença nos últimos dez anos.
Além disso, serão vacinadas
crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, que são as idades com maior número de
hospitalizações por dengue. O ministério explica que essa faixa etária também
está dentro do recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
Como a Folha de S. Paulo
mostrou, oito estados e o Distrito Federal iniciaram 2024 com expressivos
aumentos nos casos de dengue, de 100% ou mais em comparação ao mesmo período do
ano passado.
Os números são mais alarmantes
no Sul do país, onde foram contabilizados 10.961 diagnósticos nas duas
primeiras semanas deste ano, somando os registros no Paraná, em Santa Catarina
e no Rio Grande do Sul. O salto é de 958% em relação ao mesmo período de 2023,
quando haviam sido infectadas 1.036 pessoas na região.
O Brasil já havia fechado o ano
de 2023 com um recorde de mortes por dengue, com 1.094 vidas perdidas. Os dados
foram extraídos do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação).
O recorde anterior ocorreu em
2022, com 1.053 óbitos. O terceiro ano com mais mortes foi 2015, com 986
vítimas.
Nesta semana, durante viagem
para participar do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, a ministra
Nísia Trindade, afirmou que ainda é necessário aumentar a produção da vacina
contra a dengue para expandir as faixas etárias que receberão o imunizante.
Atualmente o ministério tem 5 milhões de doses, o permitiria a imunização 2,5
milhões de pessoas --ou 1,1% da população.
O número não cobre todas as
pessoas na faixa etária priorizada, de 6 a 16 anos, que somam 30,5 milhões no
país, conforme aferição do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística).