Foto: Ricardo Stuckert / PR
O presidente Lula (PT) sancionou
a Lei de Diretrizes Orçamentárias nesta terça-feira (2) com uma previsão de R$
4,9 bilhões para fundão eleitoral. A verba será destinada aos partidos para as
eleições municipais deste ano. Esse valor é um recorde para as eleições
municipais -o dobro do último pleito para prefeitos e vereadores, em 2020.
Até 2015, as grandes empresas,
como bancos e empreiteiras, eram as principais responsáveis pelo financiamento
dos candidatos. Naquele ano, o STF (Supremo Tribunal Federal) proibiu a doação
empresarial sob o argumento de que o poder econômico desequilibrava o jogo
democrático.
A partir das eleições de 2018,
foi então criado o fundo eleitoral, que usa dinheiro público para bancar as
atividades de campanha dos candidatos. A reserva do montante para as eleições
de 2024 também está prevista na Lei Orçamentária Anual, aprovada no fim de
2023.
O valor destinado às campanhas
dividiu o Congresso e tornou-se alvo de divergência entre Câmara e Senado. O
presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendia o fundão de R$ 2,6
bilhões, mas não conseguiu apoio suficiente para a proposta. Ele criticou a
ampliação deste gasto.
"O valor de R$ 5 bilhões é
o início do fim do financiamento público. Ano que vem, nós estaremos a discutir
o retorno do financiamento de pessoas jurídicas em campanhas eleitorais. Eu não
tenho dúvidas disso", disse Pacheco. Lira e líderes da Câmara então foram
ao plenário do Congresso durante a sessão desta sexta.
O montante aprovado expande o
poder dos dirigentes partidários, que dão a palavra final sobre a destinação
desta verba.