Foto: Creative Solutionist/Pixabay
Agência
Brasil – Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado em maio deste
ano, já mostrava o ressurgimento desse sorotipo e, na última semana, foram
confirmados quatro casos na cidade de Votuporanga, no interior paulista. O
primeiro caso, detectado em uma mulher de 34 anos, chamou a atenção por causa
da intensidade dos sintomas clássicos da doença, como febre, vômito, dor e
manchas vermelhas pelo corpo, além de sangramento nasal e pela urina.
Segundo
a Secretaria Municipal de Saúde de Votuporanga, ações de bloqueio, que incluem
a identificação da circulação do sorotipo, mais sete casos foram considerados
suspeitos. O resultado das amostras colhidas indicou que, dos sete, três eram
do tipo 3 da dengue, sendo todos do sexo feminino, com 5, 31 e 46 anos. Todos
os casos ocorreram na mesma região, em um bairro da zona sul da cidade. Os
quatro pacientes estão em casa e passam bem.
A
Secretaria de Estado da Saúde informou que não há registro deste tipo da doença
em outros municípios do estado de São Paulo, nem óbitos. Em nota, o governo
estadual disse que monitora o cenário epidemiológico com plano de contingência,
que é feito todos os anos, independente da linhagem.
De
acordo com a Fiocruz, a dengue tem quatro sorotipos, e a infecção por um deles
cria imunidade contra o mesmo sorotipo, mas o indivíduo pode contrair dengue se
tiver contato com um sorotipo diferente. Como poucas pessoas contraíram o tipo
3, há risco de epidemia porque há baixa imunidade contra esse sorotipo.
“O
problema é que os sintomas da dengue tipo 3 são os mesmos do tipo 1 e 2. Como
muitas pessoas já tiveram os tipos 1 e 2, ao ter o tipo 3, podem desenvolver
uma forma grave da doença, o que pode gerar superlotação das unidades de pronto
atendimento e hospitais”, diz o infectologista Kleber Luz, coordenador do
Comitê de Arboviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia. Por isso, alerta
o infectologista, é preciso ter maior vigilância sobre as formas graves da
doença. “Do ponto de vista clínico, não há diferença, mas o que chama mais a
atenção é a gravidade do caso, por ser uma infecção sequencial. No México e na
América Central, por exemplo, a doença tem causado mais mortes”, acrescenta
Kleber Luz.
Entre
os sintomas de alerta da doença, estão: febre, manchas vermelhas pelo corpo,
dor abdominal, vômito persistente, acompanhados também de sangramento na
gengiva, no nariz ou na urina. Ao perceber qualquer sintoma, a pessoa deve
procurar atendimento médico na unidade de saúde mais próxima. As formas de
prevenção são as já conhecidas pela população: limpeza dos quintais para evitar
água empoçada, que é criadouro do inseto, e receber os agentes de saúde para
fazer a vistoria em possíveis focos do mosquito Aedes
aegypti.