Para lidar com os efeitos do fenômeno El Niño, que causa redução do volume de chuvas na Bahia, a Embasa está investindo na diversificação de mananciais para garantir a continuidade do abastecimento durante a estiagem. As ações incluem a perfuração de novos poços em diversos municípios e o monitoramento intensivo dos rios onde atualmente a empresa capta água, além de melhorias e interligações entre sistemas.  

 

“Estamos tomando as medidas possíveis para enfrentar a estiagem causada pelo El Niño, que coloca em risco a disponibilidade de água em parte dos nossos mananciais”, explica o presidente da Embasa, Leonardo Góes. “Fizemos um levantamento dos sistemas mais vulneráveis e estamos iniciando medidas de curto, médio e longo prazo para garantir a continuidade do fornecimento de água para a população nessa situação atípica”, detalha Leonardo. 

  

É o caso de Lagoa Real, onde a barragem de São Pedro e a barragem do Córrego secaram por falta de chuva. A Embasa manteve o abastecimento com cinco poços, que não produziam água suficiente para a demanda da cidade. Felizmente, a solução definitiva para a regularização do fornecimento está a caminho, pois a empresa acaba de concluir a terceira etapa da adutora do Algodão. Após os últimos testes na adutora, a água do rio São Francisco chegará a Lagoa Real, normalizando o abastecimento no município. 

 

Já em Piripá, no sudoeste do estado, a falta de chuvas deixou a barragem do rio Bonito em nível crítico e um dos poços reduziu a produção de água. Para normalizar o fornecimento, a Embasa está trabalhando para aumentar a produção da estação de tratamento do município vizinho de Condeúba, e direcionar todo o excedente para Piripá. Em paralelo, a empresa está perfurando mais oito poços. A longo prazo, a empresa irá implantar uma captação de água na barragem de Anagé, com uma nova adutora fazendo a integração dos sistemas.  

 

Em Lajedinho, a captação no rio Utinga secou no final de outubro e o abastecimento está ocorrendo com água captada no rio Bonito. Para completar o volume necessário para atender a demanda, além de perfurar um novo poço, a Embasa solicitou ao Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) a fiscalização para disciplinar o uso de bombas de captação de água no curso do rio Utinga, já que a prioridade do uso da água, em contexto de escassez hídrica, conforme a legislação, é o abastecimento humano. 

 

IMPORTÂNCIA DO RESERVATÓRIO

Para manter o abastecimento diante de interrupções no fornecimento, que podem ocorrer nesse contexto de estiagem, é fundamental contar com reservatório em casa. “Com um reservatório de tamanho adequado ao consumo dos moradores, é possível contar com uma reserva de água para os momentos mais críticos ou para quando há alguma manutenção na rede distribuidora”, orienta o diretor de Operação da Embasa no interior, Gildeone Almeida.  

 

No caso da Região Metropolitana de Salvador, os mananciais não apresentam risco imediato, mas o aumento do consumo em decorrência do calor pode causar um retorno mais lento do sistema em casos de interrupção. Por isso, também é importante contar com uma caixa d’água. “Em um sistema grande e complexo como o de Salvador, o aumento do consumo pode reduzir a pressão da rede, dificultando a chegada da água nos locais mais altos. Com o reservatório, é possível guardar a água que chega nos momentos de menor consumo na rede”, explica Manuella Andrade, diretora de Operação da Embasa na RMS.