Foto: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília

 

O vírus de dengue sorotipo 3 (DENV3) voltou a infectar pessoas, dessa vez no estado de São Paulo. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado em maio deste ano, já mostrava o ressurgimento desse sorotipo, que há mais de 15 anos não causa epidemias no país. 

 

Na época do estudo, a caracterização genética dos vírus era referentes a quatro casos da infecção registrados este ano, três em Roraima, na Região Norte, e um no Paraná, no Sul do país. De acordo com a fundação, a circulação acende o sinal de alerta quanto ao risco de uma nova epidemia da doença causada por esse sorotipo viral. 


 

Todos os quatro novos casos  foram confirmados na cidade de Votuporanga, no interior paulista. O primeiro caso foi detectado em uma mulher, de 34 anos, que chamou a atenção por conta da intensidade dos sintomas clássicos da doença, como febre, vômito, dor e manchas vermelhas pelo corpo, além de sangramento nasal e pela urina. Nas ações de bloqueio, que envolvem identificar a circulação do sorotipo, a secretaria confirmou outros sete casos suspeitos. O resultado das amostras colhidas apontou que, dos sete, três eram do tipo 3 da dengue, sendo todas do sexo feminino, com 5, 31 e 46 anos.

 

A prefeitura do município destacou que todos os casos ocorreram na mesma região, em um bairro da zona sul da cidade. Os quatro pacientes estão em casa e passam bem.  “A partir destas confirmações, a secretaria da Saúde seguirá com a coleta de amostras em outras regiões da cidade e envio para análise laboratorial para detectar se o vírus circula em mais locais ou se foi uma situação isolada”, informou em nota.

 

A Secretaria de Estado da Saúde informou que “não há registro deste tipo da doença em outros municípios do estado de São Paulo, nem óbitos”. Em nota, o governo estadual disse que monitora “o cenário epidemiológico com plano de contingência, que é feito todos os anos, independente da linhagem”. 

 

SOROTIPOS

 

O vírus da dengue tem quatro sorotipos. Segundo a Fiocruz, a infecção por um deles gera imunidade contra o mesmo sorotipo, mas é possível contrair dengue novamente se houver contato com um sorotipo diferente.

 

O risco de uma epidemia com o retorno do sorotipo 3 pode ocorrer por causa da baixa imunidade da população, uma vez que poucas pessoas contraíram esse tipo de vírus desde as últimas epidemias registradas no começo dos anos 2000. Existe ainda o perigo da dengue grave, que ocorre com mais frequência em pessoas que já tiveram a doença e são infectadas novamente por outro sorotipo.

 

Para prevenir, a população deve receber os agentes de saúde para fazer a vistoria de focos do mosquito Aedes aegypti. Também lembra que é fundamental a limpeza dos quintais para evitar água empoçada, que são criadouros do inseto. 

 

Entre os sintomas de alerta da doença, estão: febre, manchas vermelhas pelo corpo, dor abdominal, vômito persistente, acompanhados também de sangramento na gengiva, nariz ou na urina. A orientação da secretaria é que o cidadão procure atendimento médico.