Investigadores da Polícia Federal (PF) descobriram e conseguiram recuperar 33 mil monitoramentos feitos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o First Mile, sistema israelense usado para rastrear a geolocalização de celulares. A informação é do colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles.
Entre esses 33 mil, é possível que um alvo tenha sido monitorado mais de uma vez. O número, no entanto, vai de encontro aos dados de 1,8 mil monitorados apresentados pela Abin à PF. A diferença é usada pela polícia como indício de que a agência não tem colaborado com as investigações.
Agentes da Abin argumentam que os investigadores se equivocaram ao acessar o sistema, e que não houve essa quantidade tão grande de monitoramentos. Mas a PF identificou que o contrato com a plataforma foi executado e pago na sua totalidade. Ele previa o pagamento para 10 mil acessos por ano em um período de três anos.
A PF investiga o uso da First Mile pela Abin durante a gestão Jair Bolsonaro, para monitorar ilegalmente opositores do governo. Policiais chegaram a fazer buscas e apreensões na agência no final de outubro.
Foto: José Cruz/Agência Brasil