A Novo Nordisk, fabricante
de medicações usadas para tratar diabetes e, off label, gerar emagrecimento,
como Ozempic e Rybelsus, disparou um alerta de golpe aos usuários. A mensagem
informa que seus funcionários "não entram em contato oferecendo promoções
diferenciadas" e pede que os pacientes desconfiem de "qualquer
mensagem" com este perfil.
A recomendação é lidar apenas com "farmácias
confiáveis". Outra possibilidade é buscar farmácias pelo site do Programa
NovoDia, ferramenta disponibilizada pela farmacêutica que permite encontrar o
local credenciado mais próximo a partir do código de endereçamento postal (CEP).
Em caso de dúvidas sobre a procedência dos remédios, a
orientação é acessar a página da empresa para consultar os produtos
comercializados, e procurar o atendimento ao consumidor.
À Folha de S.Paulo, a Novo Nordisk informou que a denúncia
chegou via SAC e que o "alerta foi realizado pois a Novo Nordisk tomou
conhecimento de que pessoas têm se passado por colaboradores para realizar
vendas de produtos".
A empresa não especificou por quais meios foram feitas as
tentativas de golpe, mas reforçou que a Novo Nordisk não faz venda direta e que
todos os produtos da fabricante "são comercializados por meio de farmácias
e drogarias homologadas pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]."
A Novo Nordisk não confirmou se os contatos se restringiam
à venda de Ozempic ou se também afetavam outras medicações sob patente da
empresa que imitam o hormônio GLP-1, ligado à saciedade.
Se enquadram no perfil produtos como Victoza e Saxenda,
feitos à base de liraglutida, que são usados para tratar diabetes tipo 2 e
obesidade, respectivamente. As novas tecnologias de GLP-1 têm revolucionado a
indústria de medicamentos para perda de peso por apresentarem resultados
significantes com maior segurança para o sistema cardiovascular.
LOTES
FALSIFICADOS
Em outubro, o Brasil registrou casos de falsificação de
Ozempic. A Novo Nordisk alertou a Anvisa de que a empresa não reconhecia como
original o lote LP6F832, com validade até novembro de 2025. Além disso,
unidades do lote MP5C960 apresentavam na embalagem descrição em espanhol e
concentração diferente da original, indicando a fraude.
O país teve ao menos dois episódios de produtos fraudados
e um de divulgação irregular do medicamento, segundo resoluções da Anvisa
publicadas no Diário Oficial da União.
A injeção de Ozempic, assim como Rybelsus, versão em
comprimido do mesmo medicamento, é recomendada e liberada no Brasil apenas para
tratamento de diabetes tipo 2, mas ganhou grande projeção mundial como
emagrecedor.
A semaglutida, princípio do remédio que leva a mais perda
de peso que a liraglutida, provoca reduções de até 17% do peso. Também foi
liberada este ano (em outra dosagem) para o tratamento de obesidade com
comorbidade sob o nome de Wegovy, mas ainda não está à venda. Não há versão
genérica ou biossimilar do produto, que só pode ser comercializado pela Novo
Nordisk até o final da patente, previsto pelo menos até 2026 no caso da injeção
e para 2031, no caso do formato comprimido.
Pouco antes, as falsificações de Ozempic repercutiram
também na Europa e na América Central e do Norte, onde também houve denúncias
de produtos adulterados sendo vendidos como originais, levando a um alerta às
agências sanitárias internacionais.