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Camila São José / Bahia Notícias
Em alta nas
discussões em todo o mundo pela capacidade de processar grandes volumes de
dados, a inteligência artificial também já é citada como aliada nos variados
ramos do Poder Judiciário brasileiro, inclusive na Justiça do Trabalho. A
vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia, Léa Reis Nunes
defende o uso dos robôs para reduzir o volume de processos que aguardam decisão
no âmbito do TRT-5.
"Eu
penso que nós devemos seguir o que está na atualidade que são os robôs. A
inteligência artificial nós não podemos fugir dela. Claro que jamais
substituindo o juiz, mas a inteligência artificial tem ajudado bastante outros
tribunais baixando o volume, número de processos, a qualidade fica com cada
magistrado", disse em entrevista ao Bahia Notícias na tarde desta
segunda-feira (6), durante a cerimônia de posse da nova mesa diretora do
TRT-BA.
Além disso,
Léa Nunes aponta que uma das prioridades da nova gestão é a conclusão da
reforma do novo prédio da sede do TRT, que deve promover maior união entre os
servidores e juízes. A vice-presidente também firmou compromisso em
"melhorar o plano de saúde" ofertado a servidores e magistrados na
modalidade de coparticipação, embora não tenha citado quais ações seriam feitas
para tal melhoria.
"Em
relação ao novo prédio da sede, onde vai trazer realmente a união entre todos
os servidores, servidores e juízes, todos trabalharem no mesmo prédio, porque
hoje em dia nós temos três prédios separados, então nós vamos nos reencontrar
nos corredores, também a sede é importante muito para o Judicionado, para os
advogados e para as partes, porque nós temos o metrô perto, então isso vai
facilitar bastante o acesso a todos, e nossa prioridade é esse acesso numa
justiça em que realmente preste um serviço cada vez melhor, julgando os
processos, principalmente aqueles mais antigos e conciliando em tudo que pode
ser conciliado", disse.
"Eu
como vice-presidente no cargo que eu estou assumindo hoje, eu pretendo melhorar
cada vez mais o plano de saúde que nós temos em coparticipação para os
servidores e magistrados, onde nós temos 6 mil vidas, e também o recurso de
revista, onde nós temos alguns milhares de processos que nós precisamos
realmente cada vez mais, dando continuidade ao que já foi feito, baixar o
número de processos que estão aguardando decisões", acrescentou.
MULHERES NO
PODER
Por fim, a
vice-presidente manifestou o desejo para que o Tribunal continue aumentando o
número de mulheres que fazem parte de sua composição. Atualmente, o Tribunal
Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA) é integrado por 60% de magistradas, sendo o
Regional Trabalhista do país com maior participação feminina na magistratura.
Os dados são do relatório Justiça em Números referentes ao ano de 2022,
produzido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
"A
mulher, eu tiro por mim, ela é mais difícil de conseguir galgar um cargo,
porque ela tem a família, ela tem filhos, ela tem a casa para cuidar. Então a
mulher tem essa dificuldade, mas nós temos conseguido com a nossa luta chegar
onde a gente chegou. E nós esperamos cada vez mais que venham cada vez mais
mulheres. Nosso tribunal realmente é quase 60% com postos de mulheres. E a
gente tem cada vez mais buscado ajudar um ao outro, valorizando o trabalho e
respeitando o trabalho da mulher", disse Léa Nunes.
"É
porque a gente depende muito da visão nacional. Nós precisamos não depender
muito da visão nacional. Não existe nenhum tipo de reserva de vaga para as
mulheres. Nós não temos isso ainda, mas é uma coisa que a gente está buscando e
aqui na Bahia porque a maioria é negro e a gente tem buscado também pessoas que
vêm de uma luta muito forte e a gente tem buscado galgar esse patamar que não
depende só da gente", finalizou.
Em nível
nacional, o percentual da Justiça do Trabalho é de 49% de juízas contra 51% de
juízes, superior à média de todo Poder Judiciário, que é de 38% de mulheres e
62% de homens.
Ao todo, o
TRT-BA tem 194 magistrados ativos, sendo 117 mulheres (60%) e 77 homens (40%).
No 1º Grau são 168 juízes, divididos em 103 mulheres (61%) e 65 homens (49%).
No 2º Grau, por sua vez, são 26 desembargadores, um total de 14 mulheres (54%)
e 12 homens (46%).
QUEM É A
NOVA VICE-PRESIDENTE
Léa Reis
Nunes é natural de Belém (PA) e magistrada do TRT-5 desde 1989. A partir de
1993 assumiu a titularidade nas 1ª e 4ª Varas do Trabalho de Camaçari e nas 22ª
e 39ª de Salvador. Em 2011, foi promovida a desembargadora pelo critério de
merecimento. No biênio 2015/2017, foi vice-ouvidora, presidente da 3ª Turma e
da Sedi II. Já no biênio 2017/2019 foi vice-ouvidora. Presidiu ainda o Comitê
Gestor Regional do PJe nos biênios 2015/2017 e 2017/2019. Atualmente integra a
Administração do Tribunal no cargo de corregedora regional adjunta, além de ser
vice-conciliadora do Centro de Conciliação da 2ª Instância (Cejusc 2) e
integrante da Comissão de Regimento Interno do TRT-5 desde o biênio 2017/2019.