Granjas endureceram medidas sanitárias para evitar doença Crédito: Shutterstock

As medidas de biossegurança, que consistem em um conjunto de ações de prevenção, minimização e eliminação de riscos que possam comprometer a saúde de humanos, de animais e do meio ambiente, foram intensificadas nas granjas baianas desde que o primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial foi confirmado no Brasil, na cidade de Montenegro (RS), na última sexta-feira (16). Se antes as práticas já eram rígidas, agora a severidade é ainda maior, conforme afirma Kesley Jordana Santos, presidente da Associação Baiana de Avicultura (ABA).

“Existe o arco de desinfecção dos veículos com produto específico quando eles vão acessar os espaços, as casas sanitárias por onde os granjeiros passam para fazer a troca de roupa e o uso de proteção nos pés. Tudo isso já existe há algum tempo, mas, com o caso confirmado de gripe aviária, ele será mais rigoroso, porque a entrada de pessoas que não estão envolvidas no processo agora é proibida, ou seja, não pode mais haver visita”, ressalta.

As ações de prevenção intensificadas nas granjas baianas seguem os protocolos internacionais estabelecidos e se tratam, realmente, apenas de prevenção. Isso porque, de acordo com a Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde, pasta vinculada à Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), não há caso suspeito sendo investigado no estado, embora a Vigilância à Saúde mantenha monitoramento contante da doença.

Na Avícola do Vale, o diretor Jackson Rodrigues, que também é secretário da ABA, conta que desde sábado (17) mobilizou uma reunião na granja, que alterou a rotina dos funcionários. “Estamos alertando a nossa equipe e redobrando os cuidados. No nosso caso, estamos reforçando o funcionamento, realizando a verificação das telas dos aviários e fazendo manutenção para que os pássaros não adentrem a granja. Também estamos aumentando o monitoramento de quem entra na granja”, relata.

No que diz respeito aos protocolos de higiene, o que mudou foi o alcance, uma vez que mais pessoas deverão passar por barreiras de limpeza. “O pessoal de manutenção e motoristas agora tomam banho antes de entrar e veste o uniforme aqui na granja. Antes só, quem fazia isso eram os granjeiros”, detalha Jackson.

Na Granja Gujão, que mensalmente produz 1,6 milhão de frangos de corte, os cuidados se estendem aos equipamentos que acessam a granja. “Fazemos a desinfecção de todos os equipamentos e, agora que a gripe aviária está em solo brasileiro, as medidas serão ainda mais rigorosas para que fiquemos isentos dessa situação”, frisa Carlos Augusto Pimenta, presidente da Gujão.

Embora ainda não exista ameaça iminente, os responsáveis pelas granjas acreditam que estão preparados para enfrentar possíveis casos de gripe aviária na Bahia. Carlos Augusto Pimenta já considera o vírus como inevitável. “Há risco de chegar no país inteiro, por mais cuidado e medidas que sejam tomados, infelizmente, porque há uma contaminação nos pássaros silvestres. Ainda assim, esperamos que essa situação seja debelada no Rio Grande do Sul e não afetem outras regiões”, diz.

Em nota à imprensa, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que todas as medidas previstas no Plano de Contingência estão sendo realizadas com eficiência. Atualmente, há investigação em curso de uma propriedade no município de Aguiarnópolis (TO).

A análise preliminar das amostras coletadas revelou a presença de Influenza A, com baixa probabilidade de se tratar de amostra de alta patogenicidade. A investigação laboratorial está em curso e as medidas de controle de trânsito adotadas, com manutenção da situação sob controle e vigilância adequados.

Por Bahia Notícias