Foto: Valter Campanato / EBC
A Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) recebeu um projeto
de lei que prevĂȘ a proibição do atendimento a bonecos hiper-realistas â os
chamados âbebĂȘs rebornâ â em unidades pĂșblicas de saĂșde do estado. A proposta,
de autoria do deputado estadual Diego Castro (PL), foi protocolada nesta
segunda-feira (19) e prevĂȘ a aplicaçÔes de multas que podem chegar em atĂ© mais
de R$ 30 mil.
O PL tambĂ©m veta o uso do bebĂȘ reborn para acesso a
benefĂcios reservados a crianças de colo, como filas preferenciais e
gratuidades. O texto prevĂȘ puniçÔes em caso de descumprimento, com aplicação de
advertĂȘncia e multa que varia de cinco a vinte salĂĄrios mĂnimos, se
adaptando conforme a gravidade do caso. Levando em consideração o piso
salarial atual, de R$ 1.518, as sançÔes chegam até mais de R$ 30 mil.
Na matéria também é previsto que, em situaçÔes de
reincidĂȘncia, o valor poderĂĄ ser dobrado. Os recursos arrecadados com as
sançÔes seriam direcionados a programas voltados Ă primeira infĂąncia e Ă saĂșde
mental.
O ATENDIMENTO
Segundo o texto, fica vedada a realização de qualquer
procedimento ou atendimento voltado a esses bonecos em hospitais, postos de
saĂșde e unidades de pronto atendimento. AlĂ©m disso, o projeto tambĂ©m proĂbe o
uso dos bebĂȘs reborn para obtenção de benefĂcios destinados a crianças de
colo, como atendimento preferencial em filas, uso de assentos prioritĂĄrios em
transportes pĂșblicos e gratuidade em serviços.
Na justificativa, Castro avaliou como âinaceitĂĄvelâ o
atendimento dos bonecos nas unidades de saĂșde. Para o parlamentar, o sistema
pĂșblico deve atender somente âpessoas reais com necessidades legĂtimas e
urgentesâ. E afirmou que o Estado nĂŁo pode se submeter a âfantasiasâ.
âĂ inaceitĂĄvel que, em meio a uma realidade de filas,
escassez de profissionais e limitaçÔes orçamentĂĄrias, serviços pĂșblicos de
saĂșde sejam utilizados para atender objetos inanimados. O sistema de saĂșde deve
estar voltado exclusivamente para o atendimento de pessoas reais, com
necessidades mĂ©dicas legĂtimas e urgentes - contudo, recorrentes sĂŁo os casos
em que pessoas. Permitir ou tolerar esse tipo de prĂĄtica representa nĂŁo apenas
um desrespeito ao contribuinte â que sustenta o sistema com impostos â, mas tambĂ©m
um grave desvio da finalidade do serviço pĂșblico. A estrutura estatal nĂŁo pode
se submeter a caprichos ou fantasias que desafiam a lĂłgica, a razĂŁo e o bom
sensoâ, escreveu Diego Castro.
No domingo (18), em Guanambi, uma jovem, de 25 anos, procurou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para cuidar de
um bebĂȘ reborn. Segundo a TV Sudoeste, a situação foi descoberta por uma
paciente que estava na UPA, e que jĂĄ conhecia a jovem que levava o âbebĂȘâ. Ela
foi verificar a situação e quando tirou a manta que envolvia a supsota criança,
percebeu que se tratava de um boneco.
Uma equipe da unidade de saĂșde orientou que a jovem
procurasse ajuda especializada. A direção da UPA reforçou que não vai tolerar
situaçÔes semelhantes, jå que costuma atender uma média de 200 pessoas por dia.
Por Bahia NotĂcias