
Foto:
Reprodução / Redes Sociais
Com a
morte do papa Francisco, ocorrida nesta segunda-feira (21), aos 88 anos,
inicia-se um novo ciclo para escolher o próximo líder da Igreja Católica. Dos
252 membros do Colégio Cardinalício, oito são brasileiros. Só podem participar
da votação, porém, os 138 com menos de 80 anos. Só um dos brasileiros, Raymundo
Damasceno Assis, 88, está entre os não votantes, mas os octogenários podem ser
eleitos, sem restrição.
Confira
abaixo quem são os representantes do Brasil no conclave que elegerá o sucesso
de Francisco. Embora em tese qualquer homem batizado e celibatário possa se
candidatar a chefiar a Igreja, apenas cardeais são eleitos desde 1378, quando
Urbano 6º, então arcebispo, foi escolhido.
ODILO
SCHERER, 75
O nome do
cardeal estampou jornais de todo o mundo há 12 anos, quando o papa Bento 16,
morto em 2022, renunciou ao cargo de líder da Igreja Católica. Na época,
Scherer era um dos favoritos para suceder o alemão Joseph Ratzinger —o que
acabou não se concretizando.
Nascido
em Cerro Largo, cidade de 14 mil habitantes no norte do Rio Grande do Sul, foi
nomeado cardeal por Bento 16 em 2007, quando era secretário-geral da CNBB
(Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Ele foi ordenado padre em 1976,
tem mestrado em filosofia e doutorado em teologia —ambos pela Pontifícia
Universidade Gregoriana de Roma— e é o atual arcebispo de São Paulo.
RAYMUNDO
DAMASCENO ASSIS, 88
Aos 88
anos, dom Raymundo Damasceno Assis é o único cardeal que não pode votar para
escolher o novo papa. Natural de Capela Nova (MG), ele foi ordenado padre aos
31 anos na cidade mineira de Conselheiro Lafaiete e bispo aos 49, em Brasília.
Assis tem
formação em teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, e
especialização no Instituto Catequético de Munique. Foi nomeado cardeal em 2010
por Bento 16, de quem foi anfitrião em uma visita ao Brasil, em 2007. Arcebispo
de Aparecida de 2004 a 2016, foi bispo-auxiliar de Brasília (1986-2003) e
secretário-geral do Conselho Episcopal Latino-Americano (1991-1995).
JOÃO BRAZ
DE AVIZ, 77
Dom João
Braz de Aviz nasceu em 1947 em Mafra, cidade de 56 mil habitantes no norte de
Santa Catarina, e foi ordenado padre em 1972. É mestre em teologia dogmática
pela Pontifícia Universidade Gregoriana e doutor pela Pontifícia Universidade
Lateranense, ambas em Roma. Em 2011, tornou-se prefeito da Dicastério para os
Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, um dos nove
departamentos da Igreja Católica, cargo em que ficou até janeiro de 2025.
Ao ser
nomeado cardeal por Bento 16, em 2012, Aviz pediu atenção da igreja a África,
América Latina e Ásia.
"Na
América Latina e em outras partes temos que admirar a grande história da
Europa, sua beleza. Mas a Europa, por sua vez, deve descer das alturas e ter
uma atitude fraternal com os outros continentes e deixar de olhar os demais de
cima para baixo", afirmou, na ocasião, em entrevista a uma agência de
notícias católica.
ORANI
JOÃO TEMPESTA, 74
Conhecido
por sua disposição para se comunicar com fiéis por meio de mídias de grande
alcance, Orani João Tempesta nasceu em São José do Rio Pardo, interior de São
Paulo, e estudou na Faculdade de Filosofia no Mosteiro de São Bento e no
Instituto Teológico Pio 11, ambos na capital paulista.
Além de
ocupar o cargo de arcebispo de Belém entre 2004 e 2010, foi presidente da
emissora católica Redevida de Televisão e é presidente do IBMC (Instituto
Brasileiro de Marketing Católico). Ele também presidiu o comitê organizador
local da Jornada Mundial da Juventude, em julho de 2013.
SÉRGIO DA ROCHA, 65
Natural
de Matão, no interior de São Paulo, dom Sérgio da Rocha nasceu em 1959 e foi
ordenado padre aos 25 anos. Desde 2020, é arcebispo de Salvador, e antes ocupou
os cargos de arcebispo de Brasília e presidente da CNBB.
Cursou
teologia na Pontifícia Universidade Católica de Campinas e licenciatura em
filosofia na Faculdade Salesiana de Lorena. É mestre pela Faculdade Nossa
Senhora Assunção, de São Paulo, e doutor pela Pontifícia Universidade
Lateranense, em Roma. Foi nomeado cardeal pelo papa Francisco em 2016.
LEONARDO
ULRICH STEINER, 74
Arcebispo
de Manaus desde 2019 e ex-secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner é
considerado o primeiro "cardeal da Amazônia". Sua nomeação, em 2022,
desbancou o titular da Arquidiocese de Belém, a mais antiga e tradicional no
Norte brasileiro.
Nascido
em Forquilhinha (SC), cursou filosofia e teologia em Petrópolis (RJ), de 1973 a
1978, quando foi ordenado padre por seu primo Paulo Evaristo Arns (1921-2016),
que também foi cardeal. Na década de 1990, mudou-se para Roma, onde fez
mestrado e doutorado em filosofia. Ao voltar ao Brasil, na década seguinte,
passou a lecionar o curso no interior do Paraná.
PAULO
CEZAR COSTA, 57
Mais novo
da lista de cardeais brasileiros, dom Paulo Cezar Costa é arcebispo de Brasília
desde 2020, mesmo ano em que passou a integrar, no Vaticano, a Pontifícia
Comissão para a América Latina, cargo que o aproximou do papa.
Costa
nasceu em Valença (RJ), em 1967, possui graduação em Teologia pelo Instituto
Superior de Teologia da arquidiocese do Rio de Janeiro e mestrado e doutorado
em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana. Ele é membro do Conselho
Permanente da CNBB.
JAIME
SPENGLER, 64
Nascido
em 6 de setembro de 1960 em Gaspar (SC), dom Jaime Spengler cursou filosofia no
Instituto Filosófico São Boaventura, de Campo Largo (PR), e teologia no
Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis (RJ).
Em 2015,
foi eleito presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios
Ordenado e a Vida Consagrada da CNBB, entidade que passou a presidir em 2023,
quando recebeu um mandato de quatro anos. É ainda arcebispo de Porto Alegre e o
mais recente cardeal brasileiro nomeado pelo papa Francisco, em dezembro de
2024.
Por
Bahia Notícias