Foto: Pedro França/ Agência Senado

A última reforma política deu uma sobrevida a partidos menores, ao mesmo tempo em que evitou que legendas tradicionais chegassem ao fim com a cláusula de barreira. Em 2022, PCdoB, PV e Cidadania foram beneficiários desse processo. À época, o PSDB ainda era uma grande sigla e poucas pessoas colocariam os tucanos como ameaçados de extinção. Todavia, o resultado das urnas o igualou às nanicas e, agora, uma federação pode não ser uma alternativa viável. Por isso, as rodas de conversas tratam fusões como o caminho mais provável.

 

O Podemos é a bola da vez. Porque não possui a mesma tradição e os tucanos podem engoli-lo sem tantos traumas. Porém já se falou também em federações com MDB, PSD, Progressistas, Republicanos e União Brasil. É uma forma de atirar para diversos lados para saber se em algum lugar o destino fica menos turvo. De principal adversário do PT entre 1994 e 2014, o PSDB parece relegado a uma página virada da história, ainda que lute para não ser dessa forma. No entanto, os tucanos são somente uma parte do processo político que vivemos.

 

O Brasil convive com excessos de partidos há tempos. E o Congresso Nacional mexeu na legislação para reduzir esse número. Só que a configuração partidária, ao invés de fortalecer siglas com uma configuração ideológica clara, favorece a formação de "Frankenstein" ideológicos, sem padrões de defesa coesa de plataformas. Daí emergiram as forças do que convencionamos chamar de "centrão", uma sopa de letrinhas com cargas infinitas de flexibilização, de acordo com os ventos. Como o mundo vive sob o viés mais conservador no momento, a chance de se sobressair como defensores da moral e dos bons costumes se sobressai. São os ciclos de morros e vales que preenchem o cotidiano da política.

 

Para 2026, teremos as formações de federações suprapartidárias que devem salvar nanicos do fim, segurar siglas medianas, mas também criar gigantes que podem fagocitar as legendas no entorno. Por mais que defendamos a redução dos partidos, o custo disso dentro do Congresso Nacional pode, inclusive, tornar o Legislativo ainda mais forte. O sistema de freios e contrapesos será necessário para que o desequilíbrio entre os poderes não se expanda, especialmente no ambiente já belicoso em que o país vive, especialmente pós-2018, em que Judiciário e Executivo também vivem às turras.

 

Até aqui, não se discute uma nova ampla reforma na legislação eleitoral. Caso isso aconteça até setembro de 2025, essas perspectivas de fusões e federações podem ser refeitas e adaptadas a novas realidades. As transformações da política ultimamente não nos mantém tão otimistas. Agora é esperar para entender quais caminhos elas vão tomar.

 

Por Bahia Notícias