Popó é boxeador baiano mais notável Crédito: Mariana Lima de Almeida/Fight Music Show
Grande celeiro do boxe nacional, a Bahia é um dos
estados com maior tradição no boxe brasileiro. Com a chegada das Olimpíadas, os
boxeadores baianos geram grande expectativa do público por medalhas. A atenção
não é à toa, já que o estado é um dos grandes expoentes do esporte no país.
Dois dos cinco brasileiros campeões mundiais são baianos e o estado conquistou
metade das medalhas olímpicas do país.
O boxeador baiano mais notável foi o tetracampeão
mundial Acelino “Popó” Freitas. Ele conquistou o título do peso super-pena
(59kg) pela Associação Mundial de Boxe (WBA) e pela Organização Mundial de Boxe
(WBO). Ele também venceu duas vezes o título do peso-leve (61kg) da WBO. Com um
cartel de 41 vitórias, 34 por nocaute e 2 derrotas, Popó fez sua última luta
oficial foi em 2017, quando venceu Gabriel Martinez. Atualmente ele faz lutas
de exibição enfrentando celebridades como o comediante Whindersson Nunes e o
ex-BBB Kleber Bambam.
O estado também forjou outro campeão mundial:
Valdemir “Sertão” Pereira. O baiano de Cruz das Almas conquistou o título do
peso-pena (57kg) da Federação Internacional de Boxe (IBF) em 2006 ao vencer por
pontos o tailandês Fahprakorb Rakkiatgym. Ele perdeu o título em maio do mesmo
ano após ser desclassificado no oitavo round do combate contra o americano Eric
Aiken. Valdemir teria sua revanche pelo título em 2007, no entanto, um exame
positivo para hepatite C cancelou a luta e ele se aposentou em seguida, com um
cartel de 24 vitórias e apenas uma derrota.
Um dos lutadores lembrados com maior carinho pelos
baianos é Reginaldo Holyfield. O hexacampeão brasileiro marcou o imaginário dos
baianos pela sua rivalidade com o pernambucano Luciano Todo Duro. Seja no
ringue ou em programas de televisão, os encontros entre os lutadores criaram
momentos emblemáticos que até hoje são lembrados por quem acompanhou a
rivalidade. Ele também foi tetracampeão sul-americano e duas vezes campeão da
Federação Mundial de Boxe (WBF)
Olimpíadas
O primeiro baiano a ser convocado para as
Olimpíadas foi o soteropolitano Joílson Carolino de Santana, que competiu na
categoria peso-galo (54kg) nas Olimpíadas de Seul, em 1988. Ele foi eliminado
na segunda fase do torneio. Atualmente ele é dirigente da Federação Baiana de
Boxe.
Robson Conceição foi o primeiro brasileiro a ser
campeão olímpico. Ele venceu o torneio do peso-leve (60kg) nas Olimpíadas do
Rio de Janeiro, em 2016. Ele profissionalizou em novembro do mesmo ano e
disputou o título mundial da categoria super-pena (59kg) em três oportunidades,
com duas derrotas e um empate. Atualmente ele tem um cartel de 17 vitórias, 2
derrotas e um empate.
O último campeão olímpico brasileiro foi Hebert
Conceição. O soteropolitano venceu o título na categoria peso-médio (75kg) nas
Olimpíadas de Tóquio, em 2021, ao vencer o ucraniano Oleksandr Khyzhniak por
nocaute no terceiro round. Ele seguiu para o boxe profissional e atualmente
está invicto com 5 triunfos, sendo 3 por nocaute.
No boxe feminino, a baiana que teve maior sucesso
na competição foi Bia Ferreira (60kg). Filha do boxeador Raimundo “Sergipe”
Ferreira, ela foi medalhista de prata na edição de Tóquio, em 2021. Ela também
é bicampeã dos Jogos Pan-Americanos (2019 e 2023) e bicampeã do mundial amador
(2019 e 2022). Ela está invicta na carreira profissional com 4 vitórias.
Adriana Silva foi a primeira mulher brasileira
medalhista olímpica. Ela conquistou a medalha de bronze no peso-leve (60kg) nos
Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Ela se aposentou do boxe profissional em
2022, aos 40 anos.
Além de Bia Ferreira, outros quatro baianos
conquistaram medalhas na última edição dos Jogos Pan-Americanos, disputando em
Santiago, em 2023. São eles: Barbara Almeida (66kg) que ganhou o ouro. Tatiana
Chagas (54kg), Wanderley Pereira (80kg) e Keno Marley Machado (92kg) foram
medalhistas de prata. O único bronze baiano foi de Viviane Pereira (75kg). Keno
já havia sido prata na edição de Lima, em 2019 e no mundial de 2021. Ele também
disputou as Olimpíadas de Tóquio, ficando entre os oito melhores da edição.
Por Correio 24horas
*Com orientação da subeditora Fernanda Varela.