
Foto: Edu Mota / Brasília
A pesquisa divulgada nesta terça-feira (25) pela Confederação
Nacional do Transporte (CNT), em parceria com o Instituto MDA, possui diversas
más notícias para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A pesquisa é
abrangente, e além de mostrar a avaliação do governo e o desempenho do
presidente Lula, revela expectativas da população a respeito de emprego, renda,
educação, saúde e segurança para os próximos seis meses, assim como mostra a
visão dos brasileiros a respeito da inflação e do cenário econômico do país.
E em meio a um dos principais problemas que incomodam a
população no momento, a constante alta de preços e a perda do poder de compra
do salário, a pesquisa mostra que o presidente Lula é visto como o maior
responsável por esse problema. Para 41% dos entrevistados, Lula é o culpado
principal pelo aumento de preços no país.
Na segunda posição dos principais culpados pela alta da
inflação está as questões climáticas, com 11,2% das respostas. Na sequência dos
vilões dos preços altos estão as políticas externas (9,5%), os produtores
(8,6%), os comerciantes (5,3%), os governos estaduais (3,7%) e os governos
municipais (1,4%). Para 10,5% dos entrevistados, todos esses vilões somados
seriam os responsáveis pela alta da inflação.
Outra má avaliação do presidente Lula diz respeito à sua
capacidade de tomar decisões. Para 38,5% dos entrevistados, a maioria das
decisões do presidente é ruim. Outros 38,2% disseram que as decisões são boas e
ruins de maneira igual, e apenas 20,9% consideram que as decisões de Lula são
boas.
Em relação à habilidade do líder petista em solucionar
crises, sejam elas econômicas, políticas ou sociais, 29,4% dizem ser péssima a
gestão do presidente. Outros 12,3% dizem que a habilidade dele de decidir em
meio às crises é ruim, 29,4% registram como regular, 17% avaliam que Lula é
hábil nas crises, e apenas 8,7% registraram a resposta “ótima”.
Sobre o futuro do governo para os próximos meses, 62%
disseram que a administração petista está no caminho errado. Somente 34,4%
acreditam que o governo Lula seguirá no caminho certo até o final de
2026.
Para tentar fugir da queda acentuada nas pesquisas, o
secretário de Comunicação da Presidência da República, Sidônio Palmeira, tem
colocado o presidente Lula para falar mais, tanto em entrevistas quanto em
eventos durante viagens. Entretanto, a pesquisa CNT/MDA revelou que em relação
aos discursos e falas do presidente, os números mostram uma outra má notícia
para Lula.
Um total de 60,1% dos entrevistados afirmou que os discursos
de Lula são desatualizados e repetitivos. Apenas 32% marcaram a opção de que os
discursos do presidente são atualizados e propositivos.
Outro ponto de desgaste para a imagem do presidente Lula tem
sido as gafes e gastos realizados por sua esposa, a primeira-dama Janja. A
pesquisa também captou o mau humor da população em relação a ela: 38% dizem que
Janja mais atrapalha do que ajuda o presidente, 40% afirmam que ela nem ajuda e
nem atrapalha, e apenas 14,5% responderam que a primeira-dama mais ajuda do que
atrapalha.
Também há notícias ruins para o presidente na disputa com o
seu principal opositor, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Na comparação entre os
dois governos, 44,5% afirmam que Lula está pior do que o presidente anterior. A
favor de Lula foram 36,4% que disseram que o atual governo é melhor do que o de
Bolsonaro, e 17,2% acham que a administração atual está igual à anterior.
Diante de todas as avaliações negativas para o governo Lula,
não poderia ser outro o resultado em relação às suas chances de reeleição do
que a rejeição a um quarto mandato do líder petista. Um total de 64,8% dos
entrevistados afirmou que Lula não merece ser reeleito, enquanto 31,7% dizem
que ele merece a reeleição em 2026.
Ainda sobre a questão eleitoral, Lula teve uma boa notícia em
relação à sua idade, afinal, ele estará com 80 anos na campanha de 2026. Para
43,6% dos entrevistados, a idade não é um fato relevante para a escolha do
candidato. E enquanto 36,2% disseram que a idade avançada é um problema, por
preferirem líderes mais jovens, 17,3% afirmam o contrário, que a idade é um
fator de vantagem, por valorizarem líderes políticos mais experientes.
A pesquisa CNT/MDA foi realizada com dados coletados de 19 a
23 de fevereiro. Foram 2002 entrevistas, por meio de coleta presencial e
domiciliar distribuídas em 137 municípios, com margem de erro de 2,2%.
Por Bahia Notícias