
O STF - Supremo
Tribunal Federal autorizou as guardas municipais de todo o país a
atuar como polícia.
A partir
dessa decisão, as guardas municipais de todo o Brasil passam a ter a
possibilidade de atuar em ações de policiamento ostensivo, comunitário e também
fazendo prisões em flagrante - desde que os municípios estabeleçam leis
para isso. Pelo entendimento do Supremo, as guardas, que serão fiscalizadas
pelo Ministério Público, devem atuar em cooperação com as polícias Civil e
Militar. Mas não terão poder de investigação.
O tema
chegou ao STF depois que o Tribunal de Justiça de São Paulo negou
um pedido da prefeitura da capital para que a Guarda Civil Metropolitana
pudesse atuar em ações ostensivas. O ministro Luiz Fux, relator do caso,
disse no voto que as forças municipais fazem parte do sistema de segurança
pública e que os municípios também devem ter competência para legislar sobre a
atuação das polícias. Oito ministros acompanharam o relator.
Os
ministros Luiz
Edson Fachin e Cristiano Zanin divergiram,
alegando que já existe uma lei municipal em São Paulo sobre o assunto, o que
invalidaria a necessidade do tema ser julgado pelo Supremo. Ambos também
votaram no sentido de estabelecer regras mais específicas para o policiamento
das guardas, mas foram votos vencidos.
A decisão
acontece em um momento em que as duas maiores cidades brasileiras - São Paulo
e Rio
de Janeiro - discutem novas atribuições para os agentes municipais na
segurança pública. No Rio, essa semana, o prefeito Eduardo Paes,
do PSD, enviou para a Câmara de Vereadores um projeto que cria a Força de
Segurança Municipal do Rio. A proposta prevê que os agentes usem armas de fogo
e atuem principalmente para coibir roubos de rua.
A decisão de
quinta-feira (20) do STF não fala diretamente sobre armas de fogo -- tema que
já foi tratado em 2021, quando o Supremo autorizou o porte e o uso em serviço
para todas as guardas municipais do Brasil.
Desde a sua
criação, em 1986, a Guarda Civil Metropolitana de São Paulo usa armas nas ruas.
Nesta sexta-feira (21), o prefeito Ricardo
Nunes, do MDB, anunciou que pretende mudar o nome da guarda para Polícia
Metropolitana ou Polícia Urbana.
Por G1