O Sistema Único de Saúde (SUS) possui 340 milhões
de cadastros ativos, segundo informações enviadas pelo Ministério da Saúde. O
número é superior à quantidade de pessoas que vivem no país. O último Censo,
divulgado em junho deste ano, apontou que o Brasil tem 203 milhões de
habitantes.
As informações são do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias. O
Ministério da Saúde justificou que o número de cadastros ativos ultrapassa a
estimativa populacional devido à universalização do atendimento, que abrange
usuários estrangeiros e registros de óbitos. A pasta declarou que os cadastros
duplicados decorrem da "prioridade do SUS em assegurar atendimento a
todos, mesmo em situações em que os pacientes não podem fornecer dados
completos no momento do atendimento".
Em janeiro, Lula sancionou a lei que torna o CPF o
único número do registro geral no Brasil. O texto prevê que os sistemas de
órgãos públicos, entre eles o SUS, devem se adequar à medida em um prazo de 12
meses.
O deputado Julio Lopes, do PP do Rio de Janeiro,
levou o problema do SUS para o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno
Dantas, e disse que acionará o STF contra o governo. “Não existe demonstração
de desordem e de falta de controle maior do que isso”, afirmou.
A falta de controle nos cadastros do SUS prejudica
o monitoramento dos serviços médicos prestados no país e pode levar à distorção
dos dados da saúde. Também torna mais difícil a fiscalização contra
procedimentos fraudulentos e desvios de medicamentos.
O Ministério da Saúde afirmou que “continua
trabalhando na vinculação de cadastros duplicados assim que obtém dados
suficientes para garantir a identificação precisa do usuário, reforçando o seu
compromisso com a eficiência e transparência na gestão dessas informações”.